Bauhaus, o design que nos inspira

Bauhaus, o design que nos inspira

Conheça as características e a história da Bauhaus, escola que revolucionou o design

Mais de um século depois de sua existência, o legado estético deixado pelo movimento ainda influencia nossa percepção do que é belo, trazendo à cena seu ideal visionário de que a beleza pode e deve ser vivida nas experiências cotidianas das pessoas.

Em plena Alemanha mergulhada numa profunda crise econômica e em um cenário político polarizado, surge a Bauhaus. Com o objetivo de repensar a vida moderna e recomeçar por meio do design.

Mais do que construir casas unindo arquitetura, artes e design em nome do que é eficiente, simples e sustentável, a proposta inovadora da Bauhaus era unir a funcionalidade com a beleza estética. A Bauhaus ousou imaginar um futuro baseado na estética aliada à praticidade, alterando para sempre a forma como as sociedades se relacionam com a arte.

O próprio nome Bauhaus é originado curiosamente da inversão do termo alemão “hausbau”, ou “construção da casa”, em português. O conceito de construir, ou reconstruir, é central para a escola. Entretanto, a reconstrução a que se referiam não se limitava a paredes e tijolos. O termo diz respeito a ousadia de reconstruir a esperança após a Primeira Guerra Mundial e erguer uma nova forma de organização social.

Uma história que não se apaga

Apesar de seu curto período de 14 anos de existência, de 1919 a 1933, a Bauhaus construiu um legado consistente.

A escola foi idealizada pelo arquiteto Walter Gropius, que se tornou seu primeiro diretor. Otimista perante a vida, seu intuito era pensar uma forma de usar a tecnologia de modo positivo. Mas ele tinha na mente as lembranças dos campos de batalha da Primeira Guerra Mundial – talvez a pior delas de ter sido soterrado após o desabamento de um edifício atingido por uma bomba. Em suma, ele queria descobrir uma nova maneira de viver.

Com o fim da Primeira Guerra Mundial, Gropius fundou a Bauhaus em Weimar, uma cidade totalmente tradicionalista e histórica, com o estilo clássico presente nos costumes, nas construções e na arte – a cidade é o berço de sinfonias de Johan Sebastian Bach e da literatura alemã de Goethe e Schiller. Tratava-se de um cenário improvável para iniciar um projeto com uma nova visão de mundo.

Para atrair professores e estudantes, Gropius publica um manifesto delineando as principais ideias da escola. No documento, ele explora conceitos inovadores como trabalhar as disciplinas de forma integrada. Assim, pintura, arquitetura e design passaram a formar um currículo único. Professores de diferentes nacionalidades e formações davam as mais diversas aulas, de dança a tecelagem, marcenaria, carpintaria e tipografia. Alguns dos mestres eram muito famosos antes mesmo da inauguração da escola: Wassily Kandinsky, Paul Klee, Marcel Breuer, Oskar Schlemmer e László Moholy-Nagy.

A mescla revolucionária tornou o interesse pelos materiais e pela exploração de novas possibilidades uma obsessão. A nova visão refletiu inclusive no artesanato, que era valorizado da mesma maneira que as artes tradicionais.

O espírito dos mestres e aprendizes da Bauhaus era de liberdade, juventude e inovação, eles rompiam com os paradigmas e as antigas tradições. O conflito com os habitantes de Weimar foi inevitável. Os moradores da conservadora cidade viam as atitudes dos estudantes da Bauhaus como imorais. Enquanto para os alunos, os cidadãos é que estavam parados no tempo de modo antiquado.

Incompreendidos

Neste clima, em agosto de 1923, foi realizada a primeira exposição, para apresentar ao público “a semana Bauhaus”. Para tal, os alunos e professores criaram um projeto arquitetônico, ergueram uma casa e fabricaram toda a sua mobília, concebida com o novo padrão estético da escola. O principal objetivo era que a casa unisse arte e tecnologia e, assim, expressasse a filosofia por detrás da Bauhaus.

A população e a liderança local não receberam a proposta de forma positiva, e a mostra se tornou alvo de duras críticas. O atrito se intensificou com as eleições parlamentares de 1924, quando as autoridades social-democratas que ainda simpatizavam com a Bauhaus foram substituídas. Resultado: as verbas públicas foram reduzidas pela metade e a escola ficou sem condições políticas de sobreviver.

bhaus-journal-historia-bauhaus-

Em abril de

1919

 

Walter Groupius, funda a escola Bauhaus em Weimar e se torna diretor

No mesmo mês para a divulgação da escola é feita a publicação do

manifesto

da Bauhaus

Selo Bauhaus
criado por
Oskar Schlemmer

1922

Em agosto de

1923

 

a “Semana Bauhaus” foi a primeira exposição, com uma casa inteira construída desde a estrutura a mobília

O interesse pelos materiais e a exploração de novas possibilidades uma

obsessão

Em agosto de

1924


a universidade sofre com a redução de custos e a recusa parlamentar e dos cidadãos locais

Móveis e objetos

icônicos

são criados pela Bauhaus desde sua fundação

O novo prédio foi projetado pelo próprio Walter Gropius e a mobília feita pelos aprendizes nas

oficinas

1926


A Bauhaus tem um novo recomeço em Dessau

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Em abril de

1919

 

Walter Groupius, funda a escola Bauhaus em Weimar e se torna diretor

No mesmo mês para a divulgação da escola é feita a publicação do

manifesto

da Bauhaus

Selo Bauhaus
criado por
Oskar Schlemmer

1922

Em agosto de

1923

 

a “Semana Bauhaus” foi a primeira exposição, com uma casa inteira construída desde a estrutura a mobília

O interesse pelos materiais e a exploração de novas possibilidades uma

obsessão

Em agosto de

1924

 

 

a universidade sofre com a redução de custos e a recusa parlamentar e dos cidadãos locais

Móveis e objetos

icônicos

são criados pela Bauhaus desde sua fundação

O novo prédio foi projetado pelo próprio Walter Gropius e a mobília feita pelos aprendizes nas

oficinas

1926

 

a Bauhaus tem um novo recomeço em Dessau

Um recomeço surge com a oportunidade de reestabelecer a escola em Dessau, nesse momento a marca já era famosa e o prefeito local apostou nela para “colocar a cidade no mapa”.

Um novo prédio projetado pelo próprio Walter Gropius e mobiliado pelas oficinas da Bauhaus foi construído na cidade em tempo recorde pela comunidade da escola. Janelas, bancos, corredores e até mesmo a estrutura do prédio refletiam as características presentes no estilo moderno e retilíneo.

Novamente, o espírito livre dos mestres e aprendizes provocou campanhas reativas de conservadores, que rapidamente se empoderavam pelos primeiros passos do nazismo.

Tempos de repressão

Após nove anos, Gropius foi sucedido por Hannes Meyer. O novo diretor traz uma nova proposta: o design deveria focar nas necessidades das pessoas. Ele incentiva a produção de produtos Bauhaus como lâmpadas de iluminação, tecelagem, e o maior sucesso, o papel de parede Bauhaus gerando lucro financeiro para a instituição.

Ironicamente, Meyer conduziu a Bauhaus como um lucrativo negócio capitalista, ainda que tivesse uma clara visão política marxista, bem como muitos dos nomes que circulavam pela Bauhaus. É preciso registrar, no entanto, que a visão política dentro dos muros da escola não era monolítica. 

Mesmo assim, a ascensão de Hitler tornou a situação insustentável: o diretor foi demitido em 1930 pela cidade de Dessau, que ainda subsidia financeiramente a escola. Ludwig Mies van der Rohe assumiu em seu lugar e buscou despolitizar a instituição.

Ainda assim, em 1932, Dessau cortou o financiamento a Bauhaus e a sede da escola foi esvaziada pelos nazistas. Era hora mais uma vez de mudar de endereço. O destino agora foi o distrito de Steglitz, em Berlim, e se tornou 100% privada.

Pouco tempo depois, em 11 de abril de 1933, a nova sede é revistada pela polícia, que deteve alguns alunos e o isolou o prédio. A ação policial foi decisiva para, em 20 de julho, o corpo docente se reunir e decidir fechar a escola.

Apenas um dia depois da decisão de fechamento, a Gestapo emitiu uma carta exigindo várias condições severas para uma possível reabertura, entre elas, a troca da ideologia da Bauhaus e a substituição dos professores.

No ano de

1928

 

Gropius é substituído na direção da escola por Hannes Meyer

Uma nova visão além da estética para o

funcional

e a politização do novo diretor

Bauhaus no mercado

1928

Gropius é substituído na direção da escola por Hannes Meyer

Sob nova direção


Hammes Meyer é demitido e substituído por Ludwing Rohe

Novas mudanças

1932

 

a sede em dessau é invadida e tomada pelos nazistas

A escola muda de endereço para um prédio privado em steglitz


Berlim

Continuam os tempos de repressão

1933

 

a sede é revistada e isolada pela polícia

Em julho do mesmo ano da revista o corpo docente


decide


fechar a escola

O fim da universidade e o início da

diáspora

levou o estilo e o legado da Bauhaus para o mundo

Imagens do arquivo Bauhaus extraídas do livro “bauhaus”, de Magdalena Droste

No ano de

1928

 

Gropius é substituído na direção da escola por Hannes Meyer

Uma nova visão além da estética para o

funcional

e a politização do novo diretor

Bauhaus no mercado

1928

Gropius é substituído na direção da escola por Hannes Meyer

Sob nova direção


Hammes Meyer é demitido e substituído por Ludwing Rohe

Novas mudanças

1932

 

a sede em dessau é invadida e tomada pelos nazistas

A escola muda de endereço para um prédio privado em steglitz


Berlim

Continuam os tempos de repressão

1933

 

a sede é revistada e isolada pela polícia

Em julho do mesmo ano da revista o corpo docente


decide


fechar a escola

O fim da universidade e o início da

diáspora

levou o estilo e o legado da Bauhaus para o mundo

Imagens do arquivo Bauhaus extraídas do livro “bauhaus”, de Magdalena Droste

Influência que ganhou o mundo

Após uma espécie de diáspora dos mestres e aprendizes da escola, levando os conceitos da Bauhaus para diferentes países. A influência da escola foi se assentando mundo afora, de Israel ao Reino Unido e Estados Unidos, cujos herdeiros foram a New Bauhaus (American School of Design) e o Black Mountain College. E chegou ao Brasil.

A arquitetura atemporal de Le Corbusier influenciou Lina Bo Bardi, Vilanova Artigas, Roberto Burle Marx, Oscar Niemeyer, Paulo Mendes da Rocha e Rino Levi, todos arquitetos modernistas que viveram e desenvolveram projetos no Brasil.

Projetos icônicos da nossa arquitetura, como o plano-piloto de Brasília, de Niemeyer, e o Sesc Pompeia e o Museu de Arte de São Paulo (Masp), ambos saídos da prancheta de Bo Bardi, sentiram a onda da Bauhaus.

Até Steve Jobs se inspirou na filosofia Bauhaus. Certa vez, o fundador da Apple disse que “design não é apenas aquilo que vemos e sentimos, mas também diz respeito a como as coisas funcionam”. Nada mais Bauhaus do que este conceito, que remete à mensagem da escola de um design orientado à função dos objetos.

Um legado de inspiração

Em essência, até hoje o bom design busca o equilíbrio entre a forma e a função. Um legado deixado como presente para a humanidade, inspirando arquitetos, designers, estudantes de artes e diversas pessoas em todo mundo.

Para nós não foi diferente, os conceitos da Bauhaus nos inspiram. Exploramos em nossos projetos a pureza das formas e da volumetria, os telhados planos, as esquadrias amplas e de linhas retas, as projeções salientes, as cores neutras e muitas outras características do legado da Bauhaus.

Há mais de 100 anos atrás a Bauhaus instigava a sociedade a repensar a vida moderna. Hoje, buscamos estender esse convite a você! Repense sua rotina e viva em um novo ritmo.

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